A primeira vez que vi os produtos da grava, sabia que havia um toque especial na produção daqueles equipamentos. Foi então que entrei em contato com o Pedro pra entender uma pouco da história por trás da produção.
A grava fica em São Paulo no bairro da Barra Funda e foi lá que tudo começou! Apesar do histórico de seis anos de atividades, foi só nesse último ano que se tornou prioridade na vida do Pedro. A empresa nunca teve um número exato de pessoas. Até porque é difícil limitar o que fazem. Eles produzem desde bolsas para bikepacking até obstáculos de skate e paredes de escalada. Atualmente, ele e Nathalia dividem as tarefas desde juntar referências, desenvolver os produtos, costurar e testar.
Pedro conta que andava de bicicleta despretenciosamente desde pequeno. Mas foi por volta de 2013 que ele comprou uma fixa e então foi um caminho sem volta. A simplicidade da fixa e a conexão com a cidade, um pouco da sensação do skate, fez com que ele se apaixonasse. Pouco depois começou a trabalhar com entregas de bike e nessa função ficou até o início da pandemia. Nesse tempo, sempre se envolveu em atividades relacionadas a bicicletas. Organizou eventos com Drac e Cox. Trabalhou por três anos na Bornia&Cox e lá pode aprender bastante sobre mecânica e framebuilding.
A grava surgiu com uma gravura. A impressão de uma xilo seria o início de tudo. Da aplicação em camisetas vieram os adesivos, os stencils os lambes. Com a pandemia, Pedro aprendeu a costurar e então as aplicações começaram a tomar formas. A troca entre pessoas e oportunidades fez com que ele pudesse começar a se estruturar com ferramentas e infraestrutura. Hoje ele mora na “oficina” onde tem marcenaria, oficina de estamparia, costura, oficina de bike, e até uma parede de escalada.
Pedro nos conta que seu primeiro bikepacking foi saindo do centro de São Paulo até São Bento do Sapucaí. Seu amigo Chico que nem bicicleta tinha foi quem teve a ideia. Conseguiram tudo emprestado para serem autônomos e então de single speed e pneus finos, partiram. Dormiram em terrenos, casas em construção e até ginásio de escalada. No último dia da viagem pegaram uma infecção alimentar mas ainda assim, foi amor à primeira viagem. Desde então viaja mais de bike que de qualquer outro modo.
A grava sempre refletiu muito do que Pedro acredita como produto, funcionalidade antes de estética, e por conta disso ele preza por peças com uma boa durabilidade, feedback e troca de ideia com clientes e usuários.
A bolsa mais procurada é a Trouxinha, uma bolsa com ótimo custo beneficio. Assim como quase todos os produtos, ela é toda modular. É possível usá-la presa na bike, como uma bolsa de mesa/guidão, de baixo do selim, no corpo, na cintura ou ombro. A trouxinha além de bolsa vem com alguns acessórios que são possíveis de usa-los fora da bolsa. Como cinto pra calça, amarrar carga na bike… As possibilidades são muitas.
Pedro vê o um futuro brilhante para todas as atividades outdoor. E falando de bicicleta isso se potencializa. Ele diz que não conhece uma pessoa que passa a usar a bicicleta seja para viajar ou para transporte na cidade que deixa de usar, pelo contrário, ela está sempre em busca de novos lugares para ir. Dificilmente isso acontece com alguém que faz as mesmas locomoções usando outro tipo de transporte.
Para os leitores que acharam interessante tudo isso aqui, sugiro que acompanhe a grava pelo instagram e pessoalmente (se possível) pois muita coisa não é possível de verbalizar por aqui.
Pedro diz que tudo que faz por essa interface grava é com o maior carinho e amor.
Nós concordamos. Vida longa, grava!