Tudo começa na Rua da República em Porto Alegre em 2013. Fernando Pavão, na época, estudante de Engenharia Mecânica, não andava tão satisfeito com a vida. Gostava mais dos trabalhos manuais que os cálculos impostos por projetos que não tinha interesse. Já era ciclista mas não tinha uma bicicleta que tinha tanto prazer em pedalar. Começou a pesquisar online sobre os framebuilders na gringa e descobriu um novo mundo. Com um dinheiro que tinha guardado, investiu em maquinário e experimentações. Em 2017 Angelo se junta ao projeto e o resto é história. Conversamos com os dois para saber mais disso tudo.
Uma bicicleta da República significa uma bicicleta pra vida inteira. Entre as tantas marcas nacionais de bicicleta que surgiram no mercado na última década, poucas delas merecem o posto alcançado pela República.
O histórico de contato com bicicleta tanto do Fernando quanto do Angelo a princípio foi para transporte. Angelo então conta que logo depois se deu conta de como a bicicleta ampliava os horizontes e que era possível ir além. Coisas que fazia de carro, de ônibus, acabava fazendo de bicicleta e quando viu já estava em outra cidade. Fernando diz que pra ele a bike sempre foi pra pedalar de boa com uma tendência a viver estradas do interior, enquanto pra Angelo ela acabou se tornando parte treino/performance mais ligado ao ciclismo urbano. Apesar de compactuarem do mesmo universo, nas particularidades, os dois são bem diferentes e isso acaba sendo um ponto positivo porque estão sempre buscando um equilíbrio que reflete na marca.
Fernando conta que o primeiro quadro demorou um ano pra sair. Precisou aprender tudo do zero. Nem sabia soldar. Ainda que tenha ficado um pouco torto, ele rodava e existe até hoje (ele então exibe o quadro pendurado na parede da oficina). Pouco tempo depois, por pressão dos amigos, ele começa a vender quadros, sem marca, sem nome, principalmente de bicicletas fixed gear que eram difíceis de achar no mercado. Angelo então complementa que depois de muitas tentativas e erros, estão na produção do quadro de número 361 enquanto conversávamos. O controle de qualidade e a pesquisa é constante. Sempre preocupados com o melhor material, melhor técnica, essa atenção reflete em tudo que fazem, até nos acessórios. Estão sempre buscando elevar o nível do produto até porque as referências são do que há de melhor no mundo das bikes. Cada bicicleta é única.
Por ser cada bicicleta única, elas são totalmente personalizáveis de acordo com as necessidades do cliente. Desde o selim até o tipo de freio. Angelo diz que não tem como padronizar todos os clientes e oferecer só um tipo de configuração. Se fosse assim, seria só mais uma marca de bicicleta. O que é bom pra uma pessoa, pode não funcionar tão bem pra outra. Então eles prezam por identificar o que o cliente está procurando e o que seria a melhor solução.
O modelo que mais sai hoje é a Pantanera. É uma gravel com garfo de fibra de carbono. Tem bastante capacidade de carga, tubos leves, eixo passante e espaço para pneus maiores(cabe até 29×2.1). Além disso, como todos os outros modelos, é customizada de acordo com as medidas do ciclista. Angelo diz que acaba sendo uma excelente bicicleta de porta de entrada pra quem quer aventurar no mundo gravel. Mas a Pantanera não é o único modelo. Há também o modelo Colorado, com garfo em cromoly e a Ushuaia, para expedições, que está passando por uma reformulação e em breve volta com novidades. Não só isso, também podem desenvolver Roads e Mountain Bikes. Ainda assim, eles se colocam à disposição para conversar com interessados e complementam que teriam prazer em ajudar e esclarecer quaisquer dúvidas.
Com tanta atenção aos detalhes posso afirmar que a República é uma das marcas mais importantes do gravel e bikepacking nacional.
Que bom ser contemporâneo seu! Tá só começando!
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