Antes de mais nada, é preciso dizer que a Format 5222 é uma bike pensada pro cicloturismo. Tanto é que já vem com o bagageiro traseiro e paralamas de fábrica. Mesmo assim, pensamos que poderia ser uma boa conversão para o gravel e bikepacking. Como quem não tem cão, caça com gato, no fim das contas a bicicleta perfeita pro bikepacking é aquela que você tem em mãos. Na realidade do mercado brasileiro, ela demonstrou ser um ótimo custo benefício, mesmo sendo necessário a troca de algumas peças que não transmitiam muita confiança.
No modelo que testamos, trocamos os seguintes componentes. Guidão, mesa, pedivela, pedais, cassete e pastilhas de freio. Testamos também com dois tipos de pneus. Os Kenda Kwick Bitumen 700×35 que vieram de fábrica e um par de Maxxis Wormdrive 700×42, tamanho limite sem os paralamas.
O pedivela foi a primeira troca. Além do peso absurdo, ele acabava destoando do conjunto. E como nossa intenção era testar a bike pro bikepacking, carregada e em um percurso bem montanhoso, colocamos um cassete de 8v da Sunrace 40-11 e não foi necessário empurrar nem em subidas de 20% de cascalho.
O guidão passava pouca segurança, uma vez que o mesmo é fixado na mesa que conta com apenas dois parafusos. Em dois rolês, o guidão chegou a girar no eixo, mesmo bem apertado. Optamos por um Ritchey com flare, mais largo, com uma angulação mais ergonômica, consequentemente mais confortável e mais controle. Trocando o guidão, foi necessário a troca da mesa por serem de medidas diferentes.
A bicicleta é extremamente confortável. Com os pneus Kenda, desenvolveu muito bem no asfalto e também em estradões de terra sem perder a ginga. A maleabilidade do cromo molibdênio conta muita na absorção das vibrações. Com os Maxxis, arriscamos até algumas trilhas mais técnicas e o resultado foi surpreendente.
Outro ponto positivo são os novos STI Claris com o cabeamento interno o que permite adicionar uma bolsa ao guidão sem ter que pressionar os cabos e correr o risco de amassar algum conduíte.
Pra quem quer encarar uma viagem mais longa, o garfo já vem com furações pra mais um bagageiro, e ela já vem com os suportes pra freio a disco então mais pontos positivos. Tem gente inclusive trocando as rodas por 27,5″ e colocando freio a disco. Desse jeito, cabe um pneu maior tipo 27,5×1.95.
Dependendo do nivel de exigência do percurso ou viagem, poderíamos dizer que é uma bicicleta pronta. Porém, com alguns poucos upgrades ela pode se tornar uma bicicleta pra qualquer viagem.
Nos 2000km que rodamos com ela, o único problema que tivemos foi uma folga na caixa de direção que foi resolvido com uma pequena gambiarra, colocando uma tira recortada de lata de alumínio que eliminou o problema. Esse parece ser um problema de fábrica pois foi relatado o mesmo de vários proprietários.
Apesar da necessidade de várias trocas de componentes pra ficar bem bacana, dentre as opções do mercado atual, arriscamos dizer que, com os upgrades, é uma das melhores compras.
Qualquer dúvida, existe uma comunidade no facebook falando só dela: BIKE TOURING FORMAT 5222
Bons ventos!
4 comments
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.
Cara, parabéns pela configuração! Foi a mais legal q vi até agora! Estou querendo colocar um cassete desses 11-40 na minha mas sei q o câmbio Claris não aguenta… quais câmbios (traseiro e dianteiro) vc está usando na sua?
Bacana meu caro! Valeu! Na verdade cheguei a usar esse cassete de 40 com um Claris. Funcionou ok mas como eu tinha um Acera com um cage mais longo de 9v parado, acabei usando ele e casou muito bem. O cambio dianteiro é o Claris que veio nela mesmo.
Olá caros!!
Uma dúvida: qual o pedivela que está nela?
Abs e parabéns pelo site
Mal a demora Felipe! Estávamos criando mais rotas! É um Shimano Claris!